Vez por outra, abrimos os portais da consciência e permitimos que desabroche as mais intensas perguntas: Quem sou eu? Qual o sentido de minha vida? Para onde estou caminhando? Faço a diferença onde vivo e com quem compartilho minha existência? Vou ou fico?
Semana passada, conversando com uma jovem que trabalha comigo, ela disse-me: "na verdade, não sei se o que realmente quero é seguir a carreira de advogada. O que sei é que estou insatisfeita, sem sentir-me no meu lugar... Estudo para concurso e penso: se passo tenho que largar tudo: família, namorado, amigos, a minha casinha, minhas conquistas..."
Enquanto ela expressava sua dor por não saber como melhorar a qualidade de vida e ao mesmo tempo permanecer no convívio das pessoas queridas, desfrutando das conquistas realizadas, fui me dando conta que a história dela vive no coração da maioria de nós. Quero crescer, voar! Mas também quero permanecer onde estou, sem arriscar-me ao vôo, temendo a queda, se é que ela vai acontecer! Quero crescer, mas temo ousar e atualizar quem sou! Quero crescer, mas a criança que há em mim, ainda espera o mágico (que algo aconteça, enquanto vou ficando por aqui, neste mesmo lugar). Quero crescer, mas o apego me acorrenta aonde estou e me confundo entre ir e ficar.
A beleza da vida é justamente este vôo, pois só ele, permite descobrir o nosso potencial realizador e aí sim, iniciamos a percepção das respostas que buscamos. Sou essencialmente ilimitado, mas tenho medo e esse medo provoca o desconforto que exige de mim, o esforço para ultrapassá-lo e realizar minha transcendência.
Queremos ir, mas queremos ficar! A dualidade grita dentro de nós! É o eterno ser ou não ser? Quem ganha a batalha interior? O medo ou o herói? Tenho percebido que é o medo que faz o herói em sua jornada busca novos medos para autorealizar-se. Mais cedo ou mais tarde, vencemos sempre! Pois somos criados do pó das estrelas, nascemos para a realização, para nos plenificar enquanto self, nossa identidade essencial.
Uma semana de muitos vôos para você!
Que possamos ser felizes,
Carinho,
Sandra Miranda