Participamos Sábado dia 19/03/2011 da exibição do famigerado black swan com um público seleto de pessoas inteligentes que se propunha o trabalho vital da sombra.
Enquanto a película rodava, eu prestava muita atenção nas falas de algumas pessoas. “O que significa isso?” “noooosssssaaaa!” “ela matou?” “ela é doente?” “essa mãe, ninguém merece!!” “ela morreu?” “ ela roubou?” enquanto outros distraiam-se em cenas ditas picantes: “espere só para ver o que vai acontecer...”
É verdade não estamos onde nos propomos estar! Não sabemos acolher o processo enquanto ele vai acontecendo. Queremos chegar ao final, queremos ficar livres; parece-nos insuportável desfrutar integralmente da experiência.
Não acreditamos em nossas percepções, queremos que o outro nos diga o que estamos vendo. Queremos que o outro nos salve de nossos erros. A melhor parte da experiência nos aterroriza e pedimos ao outro para nos ajudar a evitar ser quem somos. E diante de tanto medo, vamos criando máscaras e nos esquecendo de nós!
E quem nos exige ser melhor do que somos? Fazer mais do que fazemos? Acertar o que não sabemos fazer? Será que quem pede que eu seja quem eu não sou, está me vendo? Por que será que dou ao outro tamanha permissão?
Por que será que enquanto o outro não me enxerga, eu também faço coro com ele não me respeitando? Por que autorizo minha invisibilidade?
Ou seja, não aceito e não quero que me tratem de qualquer jeito, no entanto, eu mesmo me destrato, faço de minha experiência uma piada, de meu medo uma brincadeira e nem me dou conta de que estou vivendo no automático.
É verdade que não posso mudar o que fizeram comigo no passado, mas posso resignificar a experiência. Se reconhecer que há em mim a princesa Odette, faz-se também imperioso identificar a princesa Odile que sou. Enquanto não identifico que erro, que falho, enveneno-me, saboto-me, fico ofertando a outros o direito de ser o verdugo de minha história, por minha culpa, minha máxima culpa! Cativo e cultivo quem me maltrata, pois é isso que o perfeccionista que vive em mim sabe fazer, disfarçar a falha, ao invés de observá-la e compreender o que ela ensina.
Assistir o cisne negro olhando cada personagem como uma parte de si, possibilita observar-se com atenção, pois se não sou de todo bem também não sou de todo mal. Apenas um ego a caminho do self!
A perfeição não nos cabe, destroça-nos. Nossa beleza vem da nossa humanidade, do respeitar nossos limites. É exatamente esse conceito que falta em nós para nós mesmos: respeito. Sofremos tanto com nossas deficiências e acreditamos tanto que não merecemos amor que nos tornamos nosso pior inimigo. Colocamos nas mãos alheias o que temos de mais precioso: nós mesmos! E iludimo-nos acreditando que lá fora nos darão o que nós não nos damos. Ninguém fará a nossa lição com a graça que fazemos. O que faz de nossa caminhada especial é o prazer da experiência. Saber e sentir que o erro que cometemos antes não cometeríamos hoje e que a experiência nos proporciona outras possibilidades faz de nossa caminhada única! Pense nisso!
Enquanto a película rodava, eu prestava muita atenção nas falas de algumas pessoas. “O que significa isso?” “noooosssssaaaa!” “ela matou?” “ela é doente?” “essa mãe, ninguém merece!!” “ela morreu?” “ ela roubou?” enquanto outros distraiam-se em cenas ditas picantes: “espere só para ver o que vai acontecer...”
É verdade não estamos onde nos propomos estar! Não sabemos acolher o processo enquanto ele vai acontecendo. Queremos chegar ao final, queremos ficar livres; parece-nos insuportável desfrutar integralmente da experiência.
Não acreditamos em nossas percepções, queremos que o outro nos diga o que estamos vendo. Queremos que o outro nos salve de nossos erros. A melhor parte da experiência nos aterroriza e pedimos ao outro para nos ajudar a evitar ser quem somos. E diante de tanto medo, vamos criando máscaras e nos esquecendo de nós!
E quem nos exige ser melhor do que somos? Fazer mais do que fazemos? Acertar o que não sabemos fazer? Será que quem pede que eu seja quem eu não sou, está me vendo? Por que será que dou ao outro tamanha permissão?
Por que será que enquanto o outro não me enxerga, eu também faço coro com ele não me respeitando? Por que autorizo minha invisibilidade?
Ou seja, não aceito e não quero que me tratem de qualquer jeito, no entanto, eu mesmo me destrato, faço de minha experiência uma piada, de meu medo uma brincadeira e nem me dou conta de que estou vivendo no automático.
É verdade que não posso mudar o que fizeram comigo no passado, mas posso resignificar a experiência. Se reconhecer que há em mim a princesa Odette, faz-se também imperioso identificar a princesa Odile que sou. Enquanto não identifico que erro, que falho, enveneno-me, saboto-me, fico ofertando a outros o direito de ser o verdugo de minha história, por minha culpa, minha máxima culpa! Cativo e cultivo quem me maltrata, pois é isso que o perfeccionista que vive em mim sabe fazer, disfarçar a falha, ao invés de observá-la e compreender o que ela ensina.
Assistir o cisne negro olhando cada personagem como uma parte de si, possibilita observar-se com atenção, pois se não sou de todo bem também não sou de todo mal. Apenas um ego a caminho do self!
A perfeição não nos cabe, destroça-nos. Nossa beleza vem da nossa humanidade, do respeitar nossos limites. É exatamente esse conceito que falta em nós para nós mesmos: respeito. Sofremos tanto com nossas deficiências e acreditamos tanto que não merecemos amor que nos tornamos nosso pior inimigo. Colocamos nas mãos alheias o que temos de mais precioso: nós mesmos! E iludimo-nos acreditando que lá fora nos darão o que nós não nos damos. Ninguém fará a nossa lição com a graça que fazemos. O que faz de nossa caminhada especial é o prazer da experiência. Saber e sentir que o erro que cometemos antes não cometeríamos hoje e que a experiência nos proporciona outras possibilidades faz de nossa caminhada única! Pense nisso!
Seja feliz,
Sandra Miranda
O passado deveria ser um bom professor, mas para muitos representa um retorno à dor. A dor que ensinou o medo, a desconfiança, a ilusão de poder estar certo em todos os momentos...
ResponderExcluirQuem dera todos fôssemos capazes de enxergar essa dor como um incentivo para, como diz o texto, ressignificar as mensagens deixadas por seus causadores. Quem dera essa dor tornasse suas vítimas mais fortes, mais compreensivos e mais tolerantes com as dores e os erros dos outros.
Em todo caso, o fato é que pouca diferença fará se o professor foi bom ou ruim se, como alunos, não estivermos dispostos a tirar o melhor de cada lição.
Grande Beijo,
Deise Luciano