segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Poemou... FAZ ESCURO MAS EU CANTO - Thiago Mello




Faz escuro mas eu canto,

porque a manhã vai chegar.

Vem ver comigo, companheiro,
a cor do mundo mudar.
Vale a pena não dormir para esperar
a cor do mundo mudar.
Já é madrugada,
vem o sol, quero alegria,
que é para esquecer o que eu sofria.
Quem sofre fica acordado
defendendo o coração.
Vamos juntos, multidão,
trabalhar pela alegria,
amanhã é um novo dia.



Thiago Mello

Faz escuro mas eu canto, 1966 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal!


Algo mais no Natal 


Senhor Jesus!

Diante do Natal, que te Lembra a glória na manjedoura, nós te agradecemos:

A música da oração;

O regozijo da fé;

A mensagem de amor;

A alegria do lar;

O apelo à fraternidade;

O júbilo da esperança;

A benção do trabalho;

A confiança no bem;

O tesouro de tua paz;

A palavra da boa nova;

E a confiança no futuro!...

Entretanto, ó Divino Mestre! De corações voltados para o teu coração, Nós te suplicamos algo mais!... .

Conceda-nos, Senhor, o dom inefável da humildade para que tenhamos a precisa coragem de seguir-te os exemplos!
Livro: Antologia Mediúnica do Natal - Emmanuel - Psicografia de: Francisco C. Xavier

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Poemou... Órfã na Janela -Adélia Prado




ÓRFÃ NA JANELA


Estou com saudade de Deus,

uma saudade tão funda que me seca.

Estou como palha e nada me conforta.

O amor hoje está tão pobre, tem gripe,

meu hálito não está para salões.

Fico em casa esperando Deus,

cavacando a unha, fungando meu nariz choroso,

querendo um pôster dele no meu quarto,

gostando igual antigamente

da palavra crepúsculo.

Que o mundo é desterro eu toda vida soube.

Quando o sol vai-se embora é pra casa de Deus que vai,

pra casa onde está meu pai.


O coração disparado – Adélia Prado

sábado, 19 de dezembro de 2015

A melhor confraternização de 2015 é aqui e agora!





Você é quem importa para mim! Posso comprar um livro, flores e algo mais, mas quanto a você, só posso conquistar, tarefa do tempo, do cuidado, da atenção... E é verdade que senti falta dos que não puderam ir, os presentes adorariam rever, eu bem sei!
Então porque acharia livros, flores e poesias mais importantes que você?
Livros, flores e poesias são mimos que podem falar ou não da grandeza de cada um. Mas estarmos juntos faz toda diferença, torna tudo mais bonito! Somos nós que engrandecemos o que está em torno, ou não.
Outra vez e de novo: Amei estar outro ano junto aos presentes e é sempre uma delícia a presença de novos.
 Quem trouxe o quê, pouco importa! Mas sim emociona a delicadeza que vou aprendendo com cada um. É sempre bem melhor juntos! O mundo fica tão mais colorido, tão mais aconchegante, tão mais...
Percebo que em grupo aguentamos melhor, nosso olhar fica sensível, temos coragem para atos heroicos, mas também pedimos perdão para o assassino que nos consome. Assassino sim! Falo daquela parte que mata nossa esperança, que destrói nossa alegria, que nos derruba.
Estar juntos é como dizer: Eu te amo porque em seus olhos posso me ver com carinho e sei que em meus olhos você também sabe que é carinhosamente desenhado.
O que seria de mim hoje sem cada um de vocês? Cada um está marcado em minha alma e só agora entendo que é verdade que estivemos juntos antes e quisemos estar juntos hoje, mas também é verdade que foi por amor e só por amor!

Que o Natal nos leve ao encontro do Aniversariante.


Gratidão por tudo e para sempre!
Sandra Miranda







Aniversário Nazidir 2015



Estudando Imaginação Ativa - Sexta- Feira 18.12.15


Saber quem somos, quais as nossas dificuldades e limitações, o que nos incomoda, é nosso interesse!
Por que? Porque sabemos que autoconhecimento contribui com nossa melhoria e a nossa melhoria influência em nosso derredor. Nós buscamos realizar em nós o mundo que sonhamos viver!
E você?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Poemou... O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS autoria atribuída a Rubem Alves, Mario de Andrade e Ricardo Gondim.


O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui 
para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam 
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, 
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir 
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar 
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo 
de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com 
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua 
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!


Autoria atribuída a Rubem Alves, Mário de Andrade e Ricardo Gondim ( Teólogo com duas dúzias e livros publicados a algumas premiações.)



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Poemou... Instantes – Rubens Alves



Instantes
Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido;
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares aonde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida,
só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um paraquedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo.*

Nota
* Autoria discutível. Poema atribuído ora a Jorge Luis Borges, ora a Nadine Stair.

Se eu pudesse viver a minha vida novamente - Rubens Alves

domingo, 29 de novembro de 2015

Noções sobre o Inconsciente - Sonhos - Novembro/15


Em Outubro iniciamos um passeio pelo inconsciente e neste sábado (28) fizemos uma breve parada no mundo onírico trabalhando o Método das quatro etapas: Fazer associações, Relacionar as imagens do sonho com a dinâmica interior, Interpretar e Realizar rituais para a concretização do sonho.Robert A. Johnson em o livro inner work, apresenta esse método, nos mostrando o sonho como ele realmente é e dizia Freud a seu tempo, a via régia ( caminho real) para o autoconhecimento.

Nossa gratidão a esse grupo mais que querido que tornou possível esse sonho de encontro!




segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Poemou... A Indesejada das gentes de Manuel Bandeira

CONSOADA

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.


O poema é de autoria de Manuel Bandeira, poeta que se notabilizou por tratar do tema morte em sua obra.O título do texto, “Consoada”, pode referir-se à ceia da noite de Natal na tradição católica ou a uma leve refeição noturna, sem carne, que se toma em dia de jejum.
Na leitura atenta de um poema, vale observar os possíveis significados de cada termo ou expressão, pois a linguagem figurativa é polissêmica, isto é, aciona, ao mesmo tempo, mais de um significado.
No verso inicial, Bandeira emprega uma antonomásia, ao substituir a palavra “morte” pela perífrase “a Indesejada das gentes”; em seguida, então entre parênteses, o poeta demonstra dúvida sobre o modo de ela se apresentar — “dura” ou “caroável” ( “afável, gentil, afetuosa”) — e sobre a reação dele diante dela.
Os termos “dia” e “noite” são metáforas de “vida” e “morte”, respectivamente. Em seguida, o poeta retoma o uso dos parênteses, como se estivesse expressando algo tomado como ideia secundária: “a noite com seus sortilégios”. “Sortilégio” pode significar tanto “magia ou feitiço” como “sedução, fascínio, encanto” e até mesmo “conspiração ou maquinação”. Todos os significados são cabíveis e complementares no contexto.
Nos versos finais,  “Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,/ A mesa posta,/ Com cada coisa em seu lugar”, vale notar o emprego dos particípios (lavrado, limpa, posta) com valor de adjetivos em função de predicativo do objeto. Na função de predicativo, o adjetivo passa a caracterizar um ser tomado em determinado momento ou circunstância. Quando a morte chegar,  o campo estará lavrado, a casa estará limpa e a mesa estará posta.
O poeta, portanto, sente-se preparado para esse momento. Sente que “cumpriu sua missão”, ou seja, viveu.
Um dos maiores poetas brasileiros do século 20, o pernambucano Manuel Bandeira faleceu com 82 anos de idade, em outubro de 1968. Seu legado estará sempre entre nós.
Nos últimos dias, perdemos João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna, outros três grandes que nos deixam importante herança. Que seu desaparecimento físico seja apenas a sua passagem para a imortalidade.

http://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br/2014/07/24/a-indesejada-das-gentes/


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Poemou... Desejo


Desejo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconsequentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar
E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos.
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo
Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.
Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada
Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
“Isso é meu”
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem
Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar
Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar
E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar.


Victor-Marie Hugo (26 de fevereiro de 1802 a 22 de maio de 1885), foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Poemou...As Sem - Razões do Amor


As Sem - Razões do Amor
Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.



Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro de 1902 –Itabira MG–  a 17 de agosto de 1987–RJ–) foi um poeta, contista e cronista brasileiro, considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX.

EM QUEM OU O QUE VOCÊ ESTÁ ANCORADA?

Em quem ou o que você está ancorada? Algumas pessoas colocam sua confiança fora de si mesmas, terceirizam seu próprio poder e aguardam que a...