quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

PARA ALGUÉM TÃO COMO FUI

Queria a palavra exata para dizer que o compreendo. Verdade eu o compreendo!

Fiz tudo e talvez um tanto mais de bobagens do que você está fazendo. Disfarcei de todas as formas a minha solidão. Bebi demais, fumei demais, dizem que também “transei” demais, talvez, enfim, me adormeci  por um tempo, e enquanto a “modernidade” me devassava não entendi que só estava pedindo colo, atenção, carinho, um olhar que fosse até mesmo uma mentira que me fizesse sentir importante... Eu queria mesmo “um grande amor”, o mesmo que mandei embora, que traí, que destruí. Vá entender!



Por um tempo coloquei na mão do outro qualquer possibilidade de ser feliz.
Um tempo usado pela estupidez, onde tinha quase tudo: Dinheiro, algum poder, juventude e um vazio com o qual não sabia lidar e nem queria olhar.

Eu compreendo você e por isso não peço nada, nem para ir nem para não ir. Até brinco com sua “vida loca” para disfarçar o meu desespero, porque sei que neste momento, muito provavelmente, não entenderá as “velhas“ cheias de preocupações que o amam.
 
VAN GOGH
Quero  mesmo que saiba que compreendo porque me vejo em seu dissabor, porque bem conheci a solidão e porque hoje vivo de cara limpa olhando de frente  minha dor, quando ela por vezes me visita. Dor que teci entre uma ilusão e outra.
Não tenho como voltar atrás, nem faço o tipo santa, cansei de não ser quem sou para que não atirem “pedra na Geni”.  Hoje acolho meu coração com respeito, pois entendo que toda rebeldia foi um pedido de amor.  

Quero mesmo que saiba que o compreendo e também... Não compreendo!
Porque tão longe, se “O amor está em todo lugar”? Agora sei disso! Porque tanto risco? Logo agora que está ganhando o mundo, que está entre os “terrestres”, que ri , que sai, que dorme fora, que se rebela... Que tem tudo para se encontrar...

Eu compreendo uma parte de você, já fiz do mesmo: Noites, festas, cinismo, humor negro. Já “causei” também! Anestesiei o medo, mas só por um tempo, e no final do arco-íris ao invés de um pote de moedas encontrei um espelho que me perguntou:

Do que você enfeita a sua solidão?

“Quem é você quando ninguém está olhando?”


 Queimei de tanta dor, pois só eu não sabia o nome de minha agonia. Mas aí comecei outra vez, hoje depois de tanto andar, digo sem sombra de dúvidas: Eu o compreendo, mas o amo tanto que me atrevo invadir seu espaço para dizer: Se for se cuide e entenda que levará junto muitos corações. Se não for... Saberei que a festa começará onde tem que começar: Em você!




A você realmente desejo “que só os beijos te tapem a boca.”


Sinceramente,

Sandra Miranda

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Dor, choro e aprendizado


E então o dia amanhece trazendo sua lição de vida...

Mesmo que o olhar capte uma parte da poesia Criadora, o coração está confuso e as perguntas assombram: Por que eu? E agora? Não sei o que fazer! Não é possível! Fiz tudo certo!

Perguntas demais, respostas de menos e só a vontade de chorar prevalece, então é isso, chorar, deixar a tristeza dizer o que precisa para depois rever a situação com algum alívio.

Mesmo que se entenda que até o momento houve benefício, ou seja, que estava relativamente bem, o que fazer agora? As perguntas assombram, pois o medo domina: E se não conseguir? Ao mesmo tempo, algo diz: Você vai crescer! Você pode! Tudo se arruma com o tempo!

Descobre-se por fim que há mais medo do que vontade para resolver, mais rebeldia do que desejo de entender a lição da vida.
Então se corre aos amigos, no anseio de ficar onde se está. Um reconhece a dor e silencia, o outro o enquadra no contexto da realidade: Todos sofrem! Todos têm problemas e alguns bem maiores que o seu.
Você sabia bem disso, porém o olhar para si e somente si, cega a possibilidade de ver com clareza.
E então com a ajuda do outro que o vê com outra lente, aos poucos se volta ao lugar da situação. É verdade, você é único, porém tão especial quanto qualquer outro ser que sofre.

A linguagem da dor é própria a cada pessoa, porém todos a conhecem, todos querem se livrar de sua compreensão. Se para alguns fala de ingratidão, para outros diz medo declarado da incompetência, e outros ainda informa a falta de vontade de sair da zona de conforto, do espaço conhecido.

Não importa o que a dor sussurre ninguém a sente como você, da sua forma. O melhor amigo pode remetê-lo a olhar além da superfície, mas a cura se dá com o aprofundamento da questão vivenciada por você. Reconhecer e olhar de frente, assim se começa a investigação!

Na sociedade do ter que ser feliz, chorar, sentir os embates das lições pode oferecer a sensação de que se está pior do que realmente se está. Por vezes pode parecer que você está vivendo num mundo a parte, pois no mundo das aparências todos sorriem, porém é bom lembrar que chorar faz parte da natureza e tem sua própria função no circuito de alívio da dor.


Muitas vezes não se consegue compreender com facilidade a lição do encontro com essa amiga democrata, neste caso, o melhor a fazer é procurar ajuda profissional. Sempre vale a pena olhar para as raízes que constroem a história que se escreve.

Carinho meu,
Sandra Miranda



EM QUEM OU O QUE VOCÊ ESTÁ ANCORADA?

Em quem ou o que você está ancorada? Algumas pessoas colocam sua confiança fora de si mesmas, terceirizam seu próprio poder e aguardam que a...