E então o dia amanhece trazendo sua lição de vida...
Mesmo que o olhar capte uma parte da poesia Criadora, o coração está
confuso e as perguntas assombram: Por que eu? E agora? Não sei o que fazer! Não
é possível! Fiz tudo certo!
Perguntas demais, respostas de menos e só a vontade de chorar prevalece,
então é isso, chorar, deixar a tristeza dizer o que precisa para depois rever a
situação com algum alívio.
Mesmo que se entenda que até o momento houve benefício, ou seja, que
estava relativamente bem, o que fazer agora? As perguntas assombram, pois o
medo domina: E se não conseguir? Ao mesmo tempo, algo diz: Você vai crescer!
Você pode! Tudo se arruma com o tempo!
Descobre-se por fim que há mais medo do que vontade para resolver, mais
rebeldia do que desejo de entender a lição da vida.
Então se corre aos amigos, no anseio de ficar onde se está. Um reconhece
a dor e silencia, o outro o enquadra no contexto da realidade: Todos sofrem!
Todos têm problemas e alguns bem maiores que o seu.
Você sabia bem disso, porém o olhar para si e somente si, cega a
possibilidade de ver com clareza.
E então com a ajuda do outro que o vê com outra lente, aos poucos se
volta ao lugar da situação. É verdade, você é único, porém tão especial quanto
qualquer outro ser que sofre.
A linguagem da dor é própria a cada pessoa, porém todos a conhecem,
todos querem se livrar de sua compreensão. Se para alguns fala de ingratidão,
para outros diz medo declarado da incompetência, e outros ainda informa a falta
de vontade de sair da zona de conforto, do espaço conhecido.
Não importa o que a dor sussurre ninguém a sente como você, da sua
forma. O melhor amigo pode remetê-lo a olhar além da superfície, mas a
cura se dá com o aprofundamento da questão vivenciada por você. Reconhecer
e olhar de frente, assim se começa a investigação!
Na sociedade do ter que ser feliz, chorar, sentir os embates das lições
pode oferecer a sensação de que se está pior do que realmente se está. Por
vezes pode parecer que você está vivendo num mundo a parte, pois no mundo das
aparências todos sorriem, porém é bom lembrar que chorar faz parte da natureza
e tem sua própria função no circuito de alívio da dor.
Muitas vezes não se consegue compreender com facilidade a lição do
encontro com essa amiga democrata, neste caso, o melhor a fazer é procurar
ajuda profissional. Sempre vale a pena olhar para as raízes que constroem
a história que se escreve.
Carinho meu,
Sandra Miranda
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