sexta-feira, 31 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Poemou ... Poemeu
Metade
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo
Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço
Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também
https://www.youtube.com/watch?v=GLkQMFVg8V8
domingo, 26 de julho de 2015
Reflexão sobre a Tristeza e o Sofrimento.
A dor tem o
propósito de chamar atenção e esclarecer caminhos que se mostram nublados,
incompreendidos e por vezes nem vistos ainda.
O que se escolhe interpretar a cada experiência que se experiencia cabe exclusivamente a cada um.
A tristeza chega como um alerta que faz parar e repensar situações, caminhos, opções.
A caminhada é
árdua é verdade, porém objetiva compreender a lição que a dor oferece.
Permitir-se
sentir o que realmente sente, com segurança e respeito pelas própria
subjetividade é a via para crescer e conhecer-se.
Sofrer coloca todos em um lugar comum. É no sofrimento que identificamos e sentimos
pertencentes ao mesmo projeto que impulsiona a vida a cada dia.
No
sofrimento do outro vemos nossa face. O outro nos revela.
Evitar o
contato com o que machuca, pode nos colocar num local muito perigoso, pois que
não lidar com o sofrer não o extermina, mas nos aliena de quem somos.
O encontro
de Sábado (25/07/15) foi muito especial pela disposição de todos em receber um
tema que desnuda, coloca frente a frente com a fragilidade, mas que
também fortalece a medida que se recebe cada experiência da vida como a adequada para ser melhor a cada dia.
Gratidão
pela possibilidade doce e carinhosa de crescer com vocês,
Sandra Miranda
sábado, 25 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
quinta-feira, 23 de julho de 2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
terça-feira, 21 de julho de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Poemou ... Poemeu
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles
(Obra
poética, Volume 4, Biblioteca luso-brasileira: Série brasileira. Companhia J.
Aguilar Editora, 1958, p. 10)
sábado, 18 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
quarta-feira, 15 de julho de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Poemou ... Poemeu
Mormaço na Floresta - a magia
Eu venho desse reino generoso,
onde os homens que nascem dos seus verdes
continuam cativos esquecidos
e contudo profundamente irmãos
das coisas poderosas, permanentes
como as águas, os ventos e a esperança.
Vem ver comigo o rio e as suas leis.
Vem aprender a ciência dos rebojos,
vem escutar os cânticos noturnos
no mágico silêncio do igapó
coberto por estrelas de esmeralda.
Thiago de Mello
Do livro: "Mormaço na Floresta", Círculo do Livro, 1984, SP
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Poemou... Poemeu
Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as
costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha
vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
quarta-feira, 1 de julho de 2015
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