sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Viver é conviver



É fato que viver implica em conviver com pessoas, e cá para nós, que ninguém nos escute relacionar-se pode ser tudo, menos tarefa fácil! Quem vai saber por que o outro insiste em mostrar nossas moléstias? Desejando ou não, no próximo vemos um espelho que nos parece desfocado, ou seja, encontramos a sombra, aquele material que acreditamos “medonho” parece brotar a cada contrariedade. Conviver é um desafio que pede, ou melhor, exige o desenvolvimento da humildade, tarefa quase que hercúlea! Porém, quando percebemos que relacionamento é aprendizado damos um grande impulso para conhecer-nos e conhecer quem está ao nosso lado, não se engane relacionamento implica em dedicação, investimento de tempo, requer renovação, melhoria do que somos.

Será possível manter um relacionamento vibrante se não evoluirmos? Se viver é movimentar-se, é importante mudar, crescer, surpreender, renovar-se.
Se quisermos conviver o primeiro passo é compreender que pensamos diferente uns dos outros, mas pensar diferente não implica em estar certo, significa apenas que se pensa diferente e o que parece óbvio e simples é um desafio!
Mas, pense comigo: Dá para imaginar um jardim que tem apenas um tipo de flor? Por mais bonito que seja esperamos algo mais, um colorido... Uma diferença. É por isso que buscamos companhia, para celebrar a diferença, mas... Quando o outro é organizado e não somos, quando o outro é extrovertido e não somos, quando o outro é bagunceiro e não somos... O grande amor arruma as malas, perdemos a paciência, queremos outro mais fácil, dizemos: mais compreensivo, menos complicado, cri-cri, lento, agressivo, mas na verdade o que estamos dizendo é: não quero investir na relação, porque é isso que uma relação é: investimento de tempo, carinho, dedicação e como não gostamos de compromisso e responsabilidade, pulamos de uma para outra relação levando quem somos (via de regra um egoísta crônico disfarçado de “bonzinho”) e claro, vai dar errado de novo, porque via de regra o que não queremos é aprender a lição que a relação nos oferta.
Esperamos tanto que o outro seja como queremos e idealizamos que nos frustramos quando eles se mostram como são.

Conviver é uma necessidade e a lição mais doce que recebemos da vida, é um pedido de abertura para observar o outro e compartilhar com ele quem ele é e não quem queremos que ele seja e isso vai além de criticas ou silêncios constrangedores quando podemos colaborar no crescimento do par. Relacionar-se é saber que se temos opiniões diferentes em um momento ou outro haverá conflito e quando encaramos a guerra que há em nós, damos um importante passo para extinguir a guerra que há fora de nós, pois só reconhecendo nossa dificuldade é que podemos transformá-la num bem por nós e pelo próximo.

Ninguém entra na nossa vida para fazer a nossa lição, mas para auxiliar-nos no que nos cabe aprender, a forma que cada um faz essa tarefa pode ser ou não amor.

Seja feliz,
Carinhosamente,
Sandra Miranda

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. E o que é o amor?
    Pais zelosos ensinam seu filho a ficar atento e a defender-se do outro; a escola ensina seu aluno a ser o melhor e a competir; a sociedade ensina seus cidadãos a serem “espertos” e mais uma vez a competir; a quem cabe afinal ensinar-nos a ceder, renunciar, amar?
    Aprendemos errado e ensinamos errado e quando não ensinamos, não é incomum esperamos do outro o que não somos capazes de dar: amor incondicional.
    Leva-se muito tempo para se entender que para amar é preciso estar pronto para sofrer e sofrer não significa que alguém intencionalmente deseja feri-lo. Amar nos proporciona momentos felizes, mas invariavelmente sofre-se nos mais diversos momentos difíceis, por dois, três, quatro...
    Há poucos dias eu pensava sobre a forma de amar de algumas pessoas (inclusive pais) que idealizam até como o outro precisa amá-lo e agir para provar esse amor sob pena de, ao frustrar a tal expectativa, perder o direito a ser amado. Parece estranho, mas a maioria de nós idealiza o como e quanto o outro deve sentir...
    É uma pena porque o amor nos faz sofrer, mas também nos faz crescer.
    E respondendo a minha pergunta inicial, para mim, coube a meu filho (todos os dias de sua vida) me ensinar a amar e, foi ainda a partir desse amor, que me descobri com a necessidade de estender essa capacidade de amar.
    Queira Deus eu alcance a capacidade do amar fraternal.
    Deus a abençoe. =*

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