domingo, 3 de junho de 2012

Quais as suas pendências?



Quais as suas pendências? Como você está vivendo? Ao que tem dado valor? Está pensando, sentindo e fazendo em harmonia com o seu propósito? Está de peito aberto para a vida? Permite-se acertar e errar e fazer outra vez?
Numa tarde de Sábado, ao lado de jovens queridas assistimos ao filme Biutiful (drama). Se já assistiu há de concordar comigo, quando percebo a permuta de sentimentos antinômicos, uma dança entre a violência e a docilidade, o pai que deseja proteger os filhos num ambiente de valores questionáveis. A mulher que ama e que trai experienciando o sofrimento da bipolaridade.
Como não se emocionar com as tintas do lícito que surge no ilícito? Como não identificar que em nós também há luz e sombra?
Quem você conhece que na prática do correto estando em fase terminal de C.A. é capaz de consolar a mulher que trai e que como mãe não é o desejável?
Reconheço-me uma chorona de carteirinha, mas o filme vai além de lágrimas, fala de culpa, de medo, de materialidade, de instinto, doença, bonito, feio, pobreza, estratégia, desequilíbrio, mudança, morte, perdão, amor, carinho, gratidão, dor, crenças, espiritualidade... E dependendo do olhar, tanto mais de pode ver?
De modo simplório, enquanto assistia ao filme comentamos que o mesmo merece ser lembrado todas as vezes que achamos que temos problemas. Não que não tenhamos desafios a vencer, todos os dias encontraremos dificuldades grandes e pequenas, mas fui as lágrimas quando 25 pessoas morreram por asfixia em favor de economia. Até quando o dinheiro falará mais alto que vidas?
Fui às lágrimas quando Uxbal (Javier Bardem) pede a filha Ana para não esquecê-lo. Até quando sofreremos com medo de não sermos lembrados?
Até quando não entenderemos quem somos a partir do olhar do outro?
Quantas perguntas pairam enquanto assistimos uma película? Somos nós na tela e fora dela, nos projetamos, resistimos, deslocamos e além.
Em biutiful recebi o convite para observar os opostos que há em mim tão conscientemente quanto possível para que a completude seja alcançada um dia... Um chamado para olhar e na medida da compreensão refletir e caminhar para resolução as antigas pendências.

Que todos sejam felizes
Carinhosamente,
Sandra Cristina Miranda

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