Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim
enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…
“Tudo no mundo é frágil, tudo
passa…
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de
rastros:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”
Florbela Espanca, batizada como
Flor Bela Lobo, e que opta por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição
Espanca, foi uma poetisa portuguesa.
Nascida em 8 de dezembro de 1894
em Vila Viçosa, Portugal e falecida em 8 de
dezembro de 1894, Matosinhos, Portugal.
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